A atividade física está em alta, talvez nunca tenha ocorrido um momento em que se falou tanto de saúde e bem estar obtidos através do exercício físico. Apesar desse forte apelo, nosso país ainda está longe em números de praticantes. Das poucas pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde, verificou-se que apenas 16,4% da população pratica atividade física da maneira recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é de realizar 30 minutos ou mais, de forma leve ou moderada, cinco ou mais vezes por semana; ou 20 minutos diários ou mais de maneira intensa vigorosa, pelo menos três dias ou mais por semana. Contudo, o sedentarismo tem diminuído. Na comparação das últimas pesquisas, o número de pessoas que se declaravam totalmente inativas caiu de 29,2% para 26,3%, indicando que, mesmo lentamente, o número de pessoas que buscam se movimentar e melhorar sua qualidade de vida tem aumentado.
Os números da inatividade ainda impressionam, principalmente pelos riscos que assumimos ao adotar essa atitude – ou falta dela – para nossa vida. E olhe que não podemos reclamar de falta de opções para deixar a “vida mansa” de lado. Temos inúmeras as opções de exercícios disponíveis a quem tem interesse em deixar o sedentarismo de lado e eles vão de academias aos diversos espaços públicos de lazer, como praias e praças, por exemplo. Se outrora, a primeira opção ao imaginar-se saindo do sedentarismo era sair caminhando por ai, ou procurar uma academia, hoje opções de atividades ao ar livre começaram a ser exploradas e contam com profissionais qualificados para lhe colocar em forma. É o caso de praticar exercícios na praia ou com grupos especializados em corridas/caminhadas.
A maioria das cidades litorâneas urbanas já dispõe de grupos de treinamento na praia e, se você ainda não percebeu essa “nova” movimentação basta observar com um pouco mais de atenção. Estes profissionais começam cedo, geralmente a partir das 05:30 da manhã, para aproveitar que a temperatura ainda não está muito alta, até meados da manhã e reiniciam suas atividades no final da tarde até a noite. Treinar na areia faz com que o praticante adquira uma maior consciência corporal, trabalhe em desequilíbrio a maior parte do tempo, já que os exercícios são executados numa superfície acidentada, gerando adaptações positivas em sua capacidade de reação, ritmo, equilíbrio, orientação, além de conseguir mudanças significativas na composição corporal, já que essas aulas levam a esforços intensos. Segundo o professor de educação física Kadu Lins, “os circuitos são elaborados para os diferentes perfis de clientes e é possível gastar até 600 calorias em treinos de 45 minutos”. Em suas aulas é possível verificar a participação de atletas que buscam melhorar seu desempenho, pessoas comuns em busca de qualidade de vida e melhorar seu condicionamento, até a presença de crianças que se divertem enquanto melhoram seu aprendizado e controle motor. De acordo com o professor Carlos Kucera, que parte da mesma equipe, “é possível trabalhar algumas musculaturas profundas do nosso corpo, que não são muito exploradas em academias, além de força, velocidade, resistência, flexibilidade e um forte componente aeróbio, tornando este tipo de treino completo e dinâmico”.
Outra prática bastante comum e de fácil acesso é o ato de correr, mas não de qualquer maneira! Apresentamos a opção de fazer parte de um grupo de corrida/caminha com uma estratégia quase infalível para adesão e manutenção desta atividade. Uma vez dentro de um grupo, o praticante terá a garantia de estar realizando esta atividade prazerosa com os riscos diminuídos, já que toda sua rotina de exercícios será elaborada a partir de testes que o classificarão em um determinado nível de condicionamento. Segundo Hilton Coutinho, professor de educação física, especialista em triathlon e fundador do grupo de corrida HCJ Assessoria Esportiva, esses testes garantem uma prescrição individualizada que além de eliminar um dos erros mais comuns de quem decide treinar sozinho: percorrer distâncias maiores do que se deve, também alternam dias de treinos mais leves, com dias treinos forte e dias de descanso, para evitar sobrecargas desnecessárias. “Nossos clientes percorrem as distâncias programadas em sua planilha e usam o monitor de frequência cardíaca, que serve como norte para determinar se estão se esforçando menos ou mais do que devem durante seus treinos”, afirma Hilton.
O professor Emerson Damásio, da Health Team Acessoria Esportiva, as planilhas de treino possuem um importante papel motivador e ajudam os clientes a administrar melhor o tempo dedicado ao exercício, pois é possível quantificar com antecedência o tempo que precisará dispor para a corrida, o que exclui boa parte das desculpas oriundas da falta de tempo. Para o mesmo “a prática de corrida em grupo se torna uma coisa mágica ao ponto que a motivação e dedicação do grupo, o companheirismo, a sociabilização, a disputa, o apoio nos momentos difíceis são uma constante entre os integrantes da equipe”.
Sem dúvida, dois dos principais pontos a favor de correr em grupo são a interação/sociabilização entre as pessoas, que se organizam para correr em diferentes lugares, para participar de eventos em outras cidades e de corridas organizadas pelo próprio grupo e a facilidade de fazê-lo no momento que tiver disponível, através das planilhas. Certamente isso pesa para que o praticante não desanime.
Portanto, se você sempre usou a desculpa de que não gosta de lugares fechados para fazer exercícios ou que acha entediante a rotina das academias, vale a pena procurar atividades ao ar livre para se exercitar e desfrutar das vantagens de dar um chega pra lá no sedentarismo.
Fonte: Matéria publicada na revista Mensch (http://revista-mensch.blogspot.com.br/)