Estudos epidemiológicos apoiam uma associação entre constipação intestinal e a realização de atividades físicas e a ingestão de fibras, mas não com a ingestão de líquidos. O objetivo do presente artigo, publicado pelo periódico The American Journal of Gastroenterology, foi avaliar a prevalência da constipação e suas relações com a ingestão de fibra alimentar e a ingestão de líquidos.
As análises foram baseadas em dados de 10.914 adultos (≥ 20 anos) a partir dos ciclos de pesquisas da National Health and Nutrition Examination. A constipação foi definida como fezes mais endurecidas ou mais fragmentadas (baseado na escala Bristol Stool Scale tipo 1 e 2 do que é o “tipo de fezes habitual ou mais comum.” E o conteúdo total de ingestão de fibra dietética e de líquidos foi obtido a partir de relatórios alimentares. As covariáveis foram: idade, raça, educação, rendimentos, índice de massa corporal, estado geral de saúde auto-relatado, presença ou ausência de doenças crônicas e níveis de atividade física.
Após ajustes estatísticos, os resultados mostraram que no total, 9.373 (85,9%) adultos (4.787 mulheres e 4.586 homens) completaram as informações sobre consistência das fezes e os dados dietéticos. As taxas de constipação foram de 10,2% para as mulheres e 4,0% para os homens (P <0,001). Após o ajuste das multivariáveis, o baixo consumo de líquidos permaneceu um fator de predisposição à constipação entre as mulheres e os homens, no entanto, a ingestão de fibra alimentar não era um fator de predisposição. Entre as mulheres, as variáveis raça/etnia africano-americana, a obesidade e o nível de escolaridade mais elevado estavam significativamente associados à constipação.
Estes resultados suportam as recomendações clínicas para tratar a constipação com o aumento da ingestão diária de líquidos.
Fonte: The American JournalofGastroenterology