Os medicamentos para tratamento do diabetes tipo 2, conhecidos como incretinas, não estão associados a riscos para o pâncreas, segundo informa a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Os dados atualmente disponíveis não confirmam as preocupações recentes sobre um risco aumentado de eventos adversos ao pâncreas com o uso destes medicamentos, disse a agência em um comunicado à imprensa.
A EMA iniciou uma revisão da literatura no final de março, cerca de duas semanas após o Food and Drug Administration (FDA) ter anunciado novos dados que ligavam esta classe de medicamentos, que inclui os análogos de GLP-1 e os inibidores da DPP-IV, a alterações pancreáticas.
Os dados vieram de um pequeno estudo realizado por Peter Butler e colaboradores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que já produziram vários relatórios mostrando uma associação entre os medicamentos e os riscos pancreáticos. Eles analisaram o pâncreas de 34 doadores de órgãos, diabéticos e não diabéticos, e descobriram que pacientes diabéticos que usavam incretinas tiveram um aumento de 40% na massa pancreática e um aumento de seis vezes na massa de células beta em comparação com aqueles que não usavam estes medicamentos.
O comitê da EMA, no entanto, disse que o estudo tinha uma série de limitações metodológicas e fontes potenciais de viés, com “diferenças importantes em idade, sexo, duração da doença e diferentes tratamentos que se opõem a uma interpretação significativa dos resultados”.
O comitê disse também que analisou “todos os dados clínicos e não clínicos disponíveis” e não encontrou “evidências sobre os riscos de eventos adversos pancreáticos associados ao uso de terapias baseadas em GLP-1.” No entanto, a agência reconheceu que o número de eventos observados em ensaios clínicos é “muito pequeno para tirar conclusões definitivas”, acrescentando que grandes estudos estão em andamento e vão ajudar a quantificar melhor os riscos. Os primeiros resultados destas análises são esperados para 2014.
Em resposta ao anúncio da EMA, a American Diabetes Association (ADA) emitiu uma nota reconhecendo que “neste momento, não há informação suficiente para modificar as recomendações atuais de tratamento.”
Fontes: European Medicines Agency