O papel do uso de colete (órtese) em adolescentes com escoliose idiopática que estão em risco de progressão da curva e eventual cirurgia é controverso.
Foi realizado um estudo multicêntrico, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), incluindo pacientes com indicações típicas de órtese, devido à sua idade, imaturidade esquelética e o grau de escoliose. Tanto um grupo aleatório quanto uma coorte de preferência foram inscritos. Dos 242 pacientes incluídos na análise, 116 foram aleatoriamente designados a usar a órtese ou foram mantidos em observação, e 126 escolheram entre órtese e observação. Os pacientes do grupo em uso de órtese foram instruídos a usar o colete por pelo menos 18 horas por dia. Os desfechos primários foram a progressão da curva de 50 graus ou mais (falha do tratamento) e maturidade esquelética sem esse grau de progressão da curva (sucesso do tratamento).
O ensaio foi interrompido precocemente devido à eficácia do uso do colete. Em uma análise que incluiu tanto coorte randomizada quanto de preferência, a taxa de sucesso do tratamento foi de 72% após a órtese, em comparação com 48% após a observação. A taxa de sucesso do tratamento foi de 75% entre os pacientes randomizados para órtese, em comparação com 42% entre aqueles randomizados para observação. Houve uma associação positiva significativa entre o tempo de uso do colete e o sucesso do tratamento (P<0,001).
Concluiu-se que o uso de órtese diminuiu significativamente a progressão das curvas de alto risco para o limite para a realização de cirurgia em adolescentes com escoliose idiopática. A vantagem aumentou de acordo com o maior tempo de uso do colete.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM)