O objetivo do estudo, realizado por colaboradores da University of Cambridge School of Clinical Medicine, foi investigar a associação entre a ingestão total de produtos lácteos, o tipo de consumo de produtos lácteos e o risco de desenvolver diabetes tipo 2, usando um diário alimentar.
Dados do estudo EPIC- Norfolk incluindo uma subcoorte aleatória (n=4.000) e os casos incidentes de diabetes (n=892, incluindo 143 casos no subcoorte) acompanhados por 11 anos entraram nas análises estatísticas. A dieta foi avaliada através de um estudo prospectivo de sete dias de diário alimentar. A ingestão total de produtos lácteos (g/dia) foi estimada e classificada em alto teor de gordura (≥ 3,9%) e baixo teor de gordura (< 3,9%), e por subtipo de alimento em iogurte, queijo e leite. A ingestão de produtos lácteos fermentados (iogurte, queijo, creme de leite) também foi estimada e classificada em alto e baixo teor de gordura.
Os resultados mostram que a ingestão total de leite, laticínios ricos em gordura, queijo e produtos lácteos fermentados com alto teor de gordura não foram associados ao desenvolvimento de novos casos de diabetes. A ingestão de produtos lácteos de baixo teor de gordura foi inversamente associada ao diabetes em análises ajustadas para sexo e idade. Além disso, foi encontrada associação inversa entre diabetes e a ingestão de baixo teor de gordura de produtos lácteos fermentados e, especificamente, com a ingestão de iogurte em análises multivariáveis ajustadas.
Concluiu-se que a ingestão de produtos lácteos fermentados com baixo teor de gordura, em grande parte impulsionada pelo consumo de iogurte, foi associada a uma diminuição do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em análises prospectivas. Estes resultados sugerem que o consumo de tipos específicos de produtos lácteos pode ser benéfico para a prevenção do diabetes, destacando a importância dos subtipos do grupo de alimentos para as mensagens de saúde pública.
Fonte: Diabetologia