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Estimulação magnética transcraniana pode ser uma nova abordagem para a depressão

A estimulação magnética transcraniana, ou TMS, do inglês Transcranial Magnetic Stimulation, um tratamento em que pulsos magnéticos são usados para estimular partes do cérebro que se acredita estarem envolvidas na regulação do humor, pode ser uma nova possibilidade de bom resultados no tratamento da depressão grave. Ao contrário da eletroconvulsoterapia ou eletrochoque, que também é usada para tratar a depressão resistente a medicamentos, a TMS geralmente não produz convulsões.

Todos os dias, os pacientes precisam ficar pouco mais de meia hora em uma cadeira com um ímã poderoso afixado no lado esquerdo da cabeça. A ideia é que o campo magnético pulsante, semelhante ao utilizado na ressonância nuclear magnética (RNM), cria uma corrente elétrica na superfície do cérebro que “restabelece” o sistema regulador de humor do paciente. Após quatro semanas, eles experimentam uma melhora dos sintomas depressivos e podem inclusive ficar livres dos antidepressivos. Mas há ainda muitas perguntas sobre quantos pacientes severamente deprimidos respondem à TMS. O tratamento exige visitas diárias ao consultório médico, durante várias semanas, custa caro e muitas vezes não é coberto pelo plano de saúde.

A TMS é aprovada especificamente para pacientes cuja depressão não responde aos antidepressivos ou para aqueles que não toleram os efeitos colaterais dos medicamentos, que incluem ganho de peso e perda da libido. Muitos desses pacientes estão desesperados por tratamentos alternativos, mas ainda não é certo que a TMS possa fornecer a ajuda que precisam.

“Embora seja bastante claro que a TMS é eficaz em alguma porcentagem de pacientes com transtorno depressivo maior, ainda não é muito fácil saber de antemão quem são esses pacientes”, disse o Dr. Steven J. Zalcman, chefe da agência de pesquisa em neurociência clínica do National Institute of Mental Health.

Os protocolos da American Psychiatric Association dizem que a TMS confere “benefícios pequenos a moderados” e os resultados dos ensaios clínicos ainda são controversos.

O Dr. Mark S. George, um professor da Universidade de Medicina da Carolina do Sul, em Charleston, foi o principal autor do primeiro ensaio randomizado e independente sobre o uso repetido da TMS para tratar a depressão resistente. Enquanto que o estudo descobriu que quase três vezes mais pacientes entraram em remissão após o tratamento com a TMS, em comparação com aqueles que receberam um placebo, os números absolutos ainda eram pequenos: apenas 14% dos pacientes tratados foram recuperados, em comparação com 5% no grupo placebo.

Uma variação mais recente do tratamento, as TMS profundas, desenvolvida por uma empresa israelense chamada Brainsway e aprovada pelo Food and Drug Administration este ano, trouxe uma maior taxa de resposta em um ensaio clínico randomizado: 30% dos 233 pacientes alcançaram remissão, em comparação com 14,5% do grupo controle.

O dispositivo tem como alvo regiões mais profundas do cérebro, como o núcleo accumbens, que desempenha um papel fundamental no circuito de recompensa do cérebro, informam os funcionários da empresa.

Em estudos, financiados pela indústria desses equipamentos, que permitiram que os pacientes continuassem o uso de seus medicamentos antidepressivos durante o tratamento com a TMS, as taxas de resposta foram significativamente maiores do que no ensaio clínico randomizado conduzido pelo Dr. George. Em um estudo recente, também financiado por fabricantes dos equipamentos de TMS, que acompanhou os pacientes por um ano, observou-se que o tratamento teve um efeito duradouro, com cerca de metade dos pacientes mantendo melhorias por doze meses.

Uma vantagem de um tratamento com TMS é que ele não é invasivo e, ao contrário das medicações, parece ter poucos efeitos secundários, apenas ocasionais tais como desconforto ou dor suave no couro cabeludo no local do tratamento e dores de cabeça. No entanto, poucos pacientes abandonam o tratamento por causa da dor.

Efeitos no longo prazo não são conhecidos, mas a TMS não afeta a memória ou a cognição, como a eletroconvulsoterapia pode afetar. Em casos raros, ela pode causar convulsões.

Fontes: The New York Times (NYT)

2018-04-14T05:23:20+00:00

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