Com o objetivo de investigar as alterações na saúde mental após a cessação do tabagismo em comparação com continuar a fumar, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise de estudos observacionais.
Fontes de dados da Web of Science, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Medline, Embase e PsycINFO para estudos relevantes foram buscadas desde o início até abril de 2012. Listas de referências dos estudos incluídos foram manualmente pesquisadas e os autores foram contatados quando dados insuficientes eram relatados.
Foram incluídos nesta meta-análise 26 estudos que avaliaram a saúde mental de adultos antes da cessação do tabagismo e pelo menos seis semanas após a suspensão do cigarro. A avaliação da saúde mental foi feita com questionários destinados a medir ansiedade, depressão, misto de ansiedade e depressão, qualidade de vida, afeto positivo e estresse. Escores de acompanhamento da saúde mental foram medidos entre sete semanas e nove anos depois do início do estudo. Ansiedade, depressão, misto de ansiedade e depressão e estresse diminuíram significativamente entre o início do estudo e o período de acompanhamento naqueles que largaram o vício em comparação com aqueles que continuaram a fumar: as diferenças médias padronizadas foram -0,37 para ansiedade; -0,25 para depressão; -0,31 misto de ansiedade e depressão e -0,27 para estresse. Tanto a qualidade de vida quanto o afeto positivo melhoraram significativamente entre o início do estudo e o tempo de acompanhamento naqueles que deixaram de fumar em comparação aos que continuaram fumando. Não houve evidência de que o tamanho do efeito diferiu entre a população geral e populações com doenças físicas ou psiquiátricas (populações clínicas).
Concluiu-se que a cessação do tabagismo está associada à redução da depressão, ansiedade e estresse e melhora o afeto positivo e a qualidade de vida em comparação com a continuação deste vício. O tamanho do efeito parece ser o mesmo para aqueles com transtornos psiquiátricos e aqueles não portadores de doenças físicas ou psíquicas. O tamanho do efeito é igual ou maior do que os do tratamento antidepressivo para transtornos de humor e ansiedade.
Fonte: British Medical Journal (BMJ)