Com o objetivo de investigar a eficácia e a segurança do paracetamol (acetaminofeno) no alívio das dores na coluna lombar e na artrose do quadril ou do joelho, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise de estudos randomizados, controlados com placebo, publicada pelo The British Medical Journal (BMJ).
As fontes de dados foram Medline, Embase, AMED, CINAHL, Web of Science, LILACS, International Pharmaceutical Abstracts e Cochrane Central Register of Controlled Trials desde o início até dezembro de 2014.
Os critérios de elegibilidade usados foram a seleção de estudos randomizados e controlados comparando a eficácia e a segurança do paracetamol com placebo para dores na coluna (pescoço ou dor lombar) e osteoartrite do quadril ou do joelho.
Dois revisores independentes extraíram os dados sobre dor, incapacidade e qualidade de vida. Os desfechos secundários foram os efeitos adversos, a adesão do paciente e o uso de medicação de resgate. Escores de dor e incapacidade foram convertidos para uma escala de 0 (sem dor ou deficiência) a 100 (pior dor possível ou invalidez). Após análises estatísticas, foram incluídos 13 ensaios randomizados. Evidências de “alta qualidade” demonstraram que o paracetamol é ineficaz na redução da intensidade da dor e da incapacidade e também na melhoria da qualidade de vida no curto prazo em pessoas com dor lombar. Em relação à osteoartrite de quadril ou joelho, houve evidência de “alta qualidade” mostrando que o paracetamol tem um efeito significativo, embora clinicamente não importante, na dor e na incapacidade no curto prazo.
O número de pacientes que relatou qualquer evento adverso, qualquer evento adverso grave ou que tenha sido retirado do estudo devido a eventos adversos foi semelhante nos grupos do placebo e do paracetamol. A adesão do paciente ao tratamento e uso de medicação de resgate também foi semelhante entre os grupos. Evidências de “alta qualidade” mostraram que os pacientes que tomam paracetamol são quase quatro vezes mais propensos a ter resultados alterados nos exames de função hepática, mas a importância clínica deste efeito é incerto.
Concluiu-se que o paracetamol é ineficaz no tratamento da dor lombar e fornece benefícios mínimos de curto prazo para pessoas com osteoartrite. Estes resultados mostram a necessidade de uma reconsideração nas recomendações para usar paracetamol em pacientes com dor lombar e osteoartrite do quadril ou joelho na prática clínica.
Fonte: British Medical Journal (BMJ)