Por outro lado, estilo de vida saudável ajuda a diminuir chances da doença. Conclusão é de organização internacional dedicada a estudar o tema
O diabetes pode aumentar o risco de Alzheimer e outros tipos de demência em até 50%. Além disso, tabagismo e a pressão alta são outros fatores que estão associados a tais condições. É o que aponta um relatório anual divulgado pela Alzheimer’s Disease International (ADI), organização internacional que reúne associações atuantes no tema.
O informe, lançado nesta quarta-feira por ocasião do Dia Mundial do Alzheimer, celebrado no próximo domingo, ressalta a importância do controle dos fatores de risco evitáveis, geralmente associados aos hábitos de vida. Segundo o documento, controlar o diabetes e a pressão arterial, assim como fazer com que fumantes abandonem o cigarro, por exemplo, pode ajudar a diminuir o risco de demência.
Existem duas formas de explicar a conexão entre diabetes e Alzheimer, segundo Lilian Schafirovits Morillo, coordenadora do ambulatório de demência moderada do Hospital das Clínicas da USP. “A frente direta é que existem receptores de glicose e insulina em áreas do cérebro responsáveis pela memória. O excesso de glicose e de insulina, decorrente do diabetes, pode danificar essas regiões do cérebro”, diz. “De forma indireta, podemos dizer que o diabetes, a hipertensão, a obesidade, o sedentarismo e o cigarro afetam as artérias do cérebro, o que piora um quadro de neurodegeneração.”
Conhecimento — Apesar da importância do controle desses fatores de risco, os números apresentados no relatório mostram que a maioria da população não conhece a relação entre o Alzheimer e essas doenças. Apenas um quarto das pessoas associa a obesidade a um risco aumentado de demência. Já a relação entre atividade física e a redução do desenvolvimento do Alzheimer só é reconhecida por 23% das pessoas.
O controle do diabetes, hipertensão e outros fatores de risco é apontado pelo relatório e por especialistas como estratégia bem-sucedida dos países ricos na prevenção do Alzheimer. Segundo o documento, há evidências de que a incidência de demência parece estar caindo nos países mais desenvolvidos, enquanto sobe nos países de média e baixa renda, como o Brasil.
Para o conselheiro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Rubens de Fraga Júnior, isso acontece porque os países menos desenvolvidos não têm estrutura eficaz no controle das doenças crônicas que atuam como fatores de risco para o Alzheimer. “Essa relação entre os dois problemas deve nortear as políticas públicas. Assim como os países ricos já fazem, temos de focar a prevenção do Alzheimer no controle dos fatores de risco evitáveis.”
Fonte: Veja OnLine